quarta-feira, 22 de setembro de 2010

OS DEZ MANDAMENTOS DA UMBANDA

1. Na existência de um Deus, Único, Onipotente e 
Onisciente, criador de todas as coisas, irrepresentável 
Sob qualquer forma e adorado sob o nome de ZAMBI;
2. Em Entidades Espirituais, em plano superior de evolução, 
Que não necessitam de novas reencarnações, responsáveis 
Pela organização dos mundos e dos seres que neles habitam. 
São os Orixás, Santos, Chefes de Linhas e Falanges, executores 
Diretos da Vontade Divina. Entre eles, Oxalá, o Cristo Planetário 
Da Terra e, como tal, primeiro na hierarquia deste planeta;
3. Em Guias Espirituais e Protetores, Sábios, poderosos e 
Bondosos, porém necessitados ainda de reencarnações para 
Seu aperfeiçoamento. São mensageiros dos Orixás e Santos;
4. Em Seres da Natureza e suas energias cósmicas que, 
Manipulados com sabedoria e bondade, sob a forma de magia, 
Auxiliam a peregrinação do homem;
5. Na imortalidade do espírito, sobrevivendo á morte física, 
a caminho da evolução;
6. Na reencarnação, possibilitando o aprendizado e aprimoramento 
do Espírito;
7. Na Lei do Carma, instituindo que cada ação gera uma reação;
8. Na necessidade do ritual como elemento mágico e disciplinador; 
9. Na prática da mediunidade, sob as mais variadas modalidades, 
com o objetivo de caridade material e espiritual;
10. NO RESPEITO ÁS DEMAIS RELIGIÕES, porque todas 
constituem caminhos de progresso espiritual que conduzem a DEUS.

CREDO UMBANDISTA

· Eu creio na existência de um Deus único,onipotente,onisciente,oniquerente e onipresente.
· Eu creio na existência dos sagrados Orixás,as divindades de Deus,às quais Ele confiou as suas qualidades divinas e que são os seres superiores responsáveis pela concretização de Sua infinita obra colocada à disposição de todos os seres, de todas as criaturas e de todas as espécies que Ele criou.
· Eu creio que cada um dos Sagrados Orixás é uma divindade unigênita dotada do Poder Divino de transmitir Sua qualidade e caráter Divino aos seres,às criaturas e às espécies.Esse fato que os distingue como auxiliares diretos do Criador do Universo e Divinos Pais dos seres,denominados seus filhos;regentes das criaturas,denominados seus animais,e das espécies,denominados seus vegetais,suas plantas e suas folhas.
· Eu creio na existência de uma essência viva e divina ou corpo etérico de Deus,por meio do qual se manifestam tanto Suas divindades quanto os espíritos que incorporam nas sessões religiosas umbandistas.Corpo Divino também é chamado de Espírito Santo por outras crenças religiosas.
· Eu creio na imortalidade dos espíritos e na capacidade de se comunicarem com os encarnados e de influenciá-los positiva ou negativamente.
· Eu creio na existência da incorporação mediúnica e no beneficio que os espíritos luzeiros,incorporados pelos Sagrados Orixás às suas hierarquias espirituais humanas,trazem a todos os encarnados quando incorporam em seus mediadores umbandistas.
· Eu creio na evolução dos espíritos e no aperfeiçoamento consciencial que a religião Umbanda proporciona a todos os seus fiéis,adeptos e seguidores.


· Eu creio na existência de múltiplas faculdades mediúnicas e esforçar-me-ei no estudo e no entendimento delas,pois só assim poderei ensiná-las e auxiliar quem possuir algumas delas e estiver necessitando da ajuda para ordená-las e fazer o bom uso delas,tanto em seu próprio beneficio quanto de seus semelhantes.
· Eu creio na existência de uma evolução continua de toda a Criação Divina e creio que só por intermédio do estudo,da dedicação e do aprendizado poderei ser útil a essa evolução.
· Eu creio que ,por ter sido gerado por Deus e por ter sido qualificado por uma de Suas Divindades,sou um ser de origem divina e dotado de múltiplas faculdades,às quais desenvolverei e aperfeiçoarei,pois assim,serei útil ao meu Criador,ao meu Orixá e Pai Ancestral,aos meus semelhantes,meus irmãos e à toda a Criação Divina,da qual sou parte e sou beneficiário.
· Eu creio em Deus ,em Suas Divindades,nos Senhores Orixás e creio em mim mesmo,pois também sou um ser de origem divina e sou dotado de inteligência,de raciocínio e de razão para poder diferenciar o bom do ruim,o certo do errado,o justo do injusto,o divino do profano e o divino do humano.
Amém

domingo, 19 de setembro de 2010

Firmeza da Tronqueira


 



Muitos são, os que chegam em um templo de Umbanda e se melindram, se assustam com as firmezas existentes na porta. Aquelas casinhas, conhecidas como tronqueiras, que tem como finalidade o assentamento das forças dos nossos exús e pombagiras.


A tronqueira é um recurso maravilhoso, colocado pelo astral em prol dos templos de Umbanda, que recebem os assistidos, na sua grande maioria, com seres trevosos à atormentá-los.


Este recurso, é no templo, um ponto de força, onde está firmado (ativado) o poder dos guardiões que militam em dimensões à nossa esquerda.


O ponto de força funciona como pára-raios, é um portal que impede as forças hostis se servirem do ambiente religioso de forma deturpada.


No astral, os exús e pombagiras, utilizam-se dos elementos dispostos na tronqueira para beneficiar os trabalhos que são realizados dentro do templo.


Com estes elementos, estes abnegados servidores da luz, anulam forças negativas, recolhem e encaminham seres trevosos, abrem caminhos, protegem, etc...


Dentro de uma tronqueira encontramos vários tipos de ferramentas (instrumentos mágicos), como tridentes, punhais, pedras, ervas, velas, bebidas, etc... cada instrumento com sua finalidade específica e tanto os exús quanto as pomba giras ativam seus mistérios nestes elementos com a finalidade de realizarem seus trabalhos espirituais.


É importante que os médiuns e os assistidos saibam da importância de uma tronqueira e que todos saibam que este ponto de força está sobre as ordens da Lei Maior.


Quando alguém deturpa este ponto de força, usando-o de forma negativa, este se torna um portal negativo. Este tipo de procedimento não é da Umbanda e sim de seitas que muitas vezes se utilizam do nome de nossa religião.


Devemos saudá-los, de forma respeitosa quando adentramos nos templos. Qualquer um pode se servir do poder desses guardiães, acenda uma vela e peça proteção e auxílio e receberá. Eles estão a serviço do Bem, da Lei Maior.




Toda a casa pode ter um tronqueira sem mesmo o dono dela seja mediun esse é um procedimento normal que todos podem invocar a qualquer hora ou dia , tomando sempre algumas precauções que mantem o ambiente livre de larvas astrais e quiumbas (espíritos sem luz).











Não é necessário ponto de ferro ou ferramenta firmada e nem imagens essa foto é meramente ilustrativa e para que tenhamos uma idéia da simplicidade agora passaremos a forma de preparação após a estrutura esteja pronta.


Obs:. 


A) a mesma deve ficar a esquerda de quem entra a casa do médium ou pessoa que a construiu em caso não seja possível ele será feita do lado que for mais apropriado a frente da casa pode ser tampada se assim o desejar.
B) Em caso de apartamento podemos firmar exclusivamente na quartinha sem a necessidade de fazer a casinha daí segue os passos correspondentes.


1º) a mesma deve esta totalmente limpa de qualquer resíduo;


2º) antes de iniciar as firmezas deve-se fazer um uma limpeza com folha de manga, mamona, pimenta ou espada da mesma forma que é feito o banho de uso mediúnico só que despejado na casa para que retire se ainda houver alguma energia retida;


3º) deve se após estar seca ser firmado o ponto de Exu dentro da casinha com Pemba Vermelha ou Branca não se deve utilizar de maneira nenhuma a Pemba Preta em cultos de Umbanda, caso você ainda não tenha o Ponto ou você não seja Médium você deve utilizar o ponto cabalístico abaixo que representa a Energia Originaria da linha dos Exus.














4º) você em seguida acende uma vela vermelha em cima do ponto para Ogum pedindo que ele sendo também chefe da linha da esquerda sempre guarde os protetores daquela firmeza junto com a velas que você pretende acender caso não saiba ainda o que deve acender você pode fazer da seguinte maneira duas velas vermelhas e um preta sempre a de Ogum acima e as demais abaixo formando uma seqüência:


a) a primeira representa seu Exu Guardião seu escora;
b) a segunda representa sua Pomba Gira sua alto estima seu bem querer;
c) a terceira representa seu Exu Mirim o seu sentimento interior que as vezes está repreendido porem ele esta lá.


5º) a bebida deve ser colocada em uma quartinha de barro respeitando a seguinte ordem


a) quartinha com aba só pode ser usada para Pomba Gira;
b) quartinha sem aba é pra ser colocado a bebida do exu e exu mirim, porem você tambem pode colocar também a bebida da Pomba Gira.


6º) o charuto ou cigarro você pode colocar de pé quando der;


7º) você pode fazer caso queira a obrigação de esquerda mensal respeitando que após 24 horas a obrigação deve ser retirada do local e feito a limpeza novamente.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

CHAKRAS

A palavra "chakra" vem do Sânscrito e significa "roda de luz". Chakras são pontos de energia de diferentes vibrações, representando diferentes aspectos do corpo, da alma e do espírito. Simbolizam a lei da natureza, estando em constante movimento. Eles estão localizados ao longo da coluna vertebral do corpo humano.
Sua função é de receber e transmitir energia para as áreas afetadas do corpo físico, trazendo o equilíbrio. Trabalhando com os chakras, é possível unir todos os aspectos de nossas vidas, incluindo os aspectos físicos, materias, espirituais, sexuais e etc.
No corpo físico, encontra-se sete chakras principais, sendo três mestres e quatro maiores. Sabemos que existe trezentos chakras menores espalhados pelo corpo físico. Também há muitos chakras que se encontram fora do corpo. Quando todos os chakras estão abertos e balanceados, a energia nos permite comunicar com os espíritos do Universo.
Os chakras são divididos da seguinte maneira:
- Os três chakras localizados na cabeça e na região da garganta, são governados pela razão.
- Os chakras que estão localizados na frente do corpo, são governados pela emoção.
- Os chakras que estão localizados na parte de trás do corpo, são governados pelo desejo.
Cada chakra está associado com uma das sete cores do arco-íris.
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Chakra Coronário
Nome Sânscrito: SAHASRARA
Mantra: HUM
Localização: Em cima da cabeça
Cor: Violeta e Branco
Elemento: Todos os elementos
Zodíaco: Capricórnio, Peixes, Saturno e Netuno
Planetas: Nenhum
Massagem: Para mulheres, faça massagem no chakra no sentido horário e para os homens faça massagem no sentido anti-horário
Funções: Revitaliza o cérebro
Cristais: Alexandrita, Ametista e Diamante
Qualidades Positivas: Percepção além do tempo e do espaço, Abre a consciência para o infinito
Qualidades Negativas: Alienação, Confusão, Depressão e Falta de Inspiração
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Chakra 3º Olho
Nome Sânscrito: AJNA
Mantra: KSHAM
Localização: Entre as sobrancelhas
Cor: Violeta escuro
Elemento: Luz
Zodíaco: Sagitário, Aquário e Peixes
Planetas: Mercúrio, Vênus e Urano
Massagem: Para mulheres, faça massagem no chakra no sentido horário e para os homens faça massagem no sentido anti-horário
Funções: Revitaliza o sistema nervoso e Visão
Cristais: Azurita, Lápis Lazuli e Quartzo
Qualidades Positivas: Concentração, Devoção, Intuição, Imaginação, Realização da alma e Sabedoria
Qualidades Negativas: Dores de cabeça, Falta de concentração, Medo, Problema nos olhos, Pesadelos e Tensão
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Chakra Laríngeo
Nome Sânscrito: VISSOEDHA
Mantra: HAM
Localização: Garganta
Cor: Azul claro
Elemento: Éter
Zodíaco: Gêmeos, Touro e Aquário
Planetas: Marte, Vênus e Urano
Massagem: Para mulheres, faça massagem no chakra no sentido anti-horário e para os homens faça massagem no sentido horário
Funções: Som, Vibração e Comunicação
Cristais: Aquamarina, Lápis Lazuli, Sodalita, Turqueza e Topaz azul
Qualidades Positivas: Comunicação, Criatividade, Conhecimento, Honestidade, Integração, Lealdade e Paz
Qualidades Negativas: Depressão, Ignorância e Problemas na comunicação
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Chakra Plexo Solar
Nome Sânscrito: MANIPOERA
Mantra: RAM
Localização: Abaixo do coração
Cor: Amarelo
Elemento: Fogo
Zodíaco: Leão, Sagitário e Virgem
Planetas: Sol, Júpiter, Marte e Mercúrio
Massagem: Para mulheres, faça massagem no chakra no sentido anti-horário e para os homens faça massagem no sentido horário
Funções: Digestão, Emoções e Metabolismo
Cristais: Âmbar, Olho de Tigre e Ouro
Qualidades Positivas: Autocontrole, Autoridade, Energia, Humor, Imortalidade, Poder pessoal e Transformação
Qualidades Negativas: Medo, Ódio, Problema digestivo e Raiva
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Chakra Cardíaco
Nome Sânscrito: ANAHATA
Mantra: YAM
Localização: Coração
Cor: Verde
Elemento: Ar
Zodíaco: Leão e Libra
Planetas: Sol, Vênus e Saturno
Massagem: Para mulheres, faça massagem no chakra no sentido horário e para os homens faça massagem no sentido anti-horário
Funções: Energiza o sangue e o corpo físico
Cristais: Esmeralda, Jade verde, Quartzo e Turmalina verde ou rosa
Qualidades Positivas: Amor incondicional, Compaixão, Equilíbrio, Harmonia e Paz
Qualidades Negativas: Desequilíbrio, Instabilidade emocional, Problemas de coração e circulação
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Chakra Umbigo
Nome Sânscrito: SVADISTHANA
Mantra: VAM
Localização: Umbigo
Cor: Laranja
Elemento: Água
Zodíaco: Câncer, Libra e Escorpião
Planetas: Lua, Vênus, Marte e Mercúrio
Massagem: Para mulheres, faça massagem no chakra no sentido horário e para os homens faça massagem no sentido anti-horário
Funções: Força e Vitalidade física
Cristais: Âmbar, Aventurina, Carnélia e Coral
Qualidades Positivas: Assimilação de novas idéias, Dar e Receber, Desejo, Emoções, Mudanças, Prazer, Saúde e Tolerância.
Qualidades Negativas: Confusão, Ciúme, Impotência, Problemas da bexiga e Problemas Sexuais.
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Chakra Base
Nome Sânscrito: MOELADHARA
Mantra: LAM
Localização: Base da espinha
Cor: Vermelho
Elemento: Terra
Zodíaco: Áries, Marte, Touro e Escorpião
Planetas: Nenhum
Massagem: Para mulheres, faça massagem no chakra no sentido anti-horário e para os homens faça massagem no sentido horário
Funções: Traz vitalidade para o corpo físico
Cristais: Obsidiana, Quartzo fumê, Rubi e Turmalina Preta
Qualidades Positivas: Coragem, Estabilidade. Individualidade, Paciência, Saúde, Sucesso e Segurança.
Qualidades Negativas: Insegurança, Raiva, Tensão e Violência.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

TESTE SEUS CONHECIMENTOS



1)QUAIS AS PRIMEIRAS ENTIDADES A INCORPORAREM NA UMBANDA?

2)EXISTEM PROVAS NA UMBANDA DE QUE REENCARNAÇÃO EXISTE?

3)SEGUNDO O CABOCLO DAS 7 ENCRUZILHADAS É LÍCITO COBRAR POR TRABALHOS ESPIRITUAIS?

4)QUAIS ESPÍRITOS PODEM VIR AOS TERREIROS?

5)QUAL O LIVRO QUE TODO O UMBANDISTA DEVE LER?

                                           6)QUAL O MAIOR EXEMPLO QUE UM MÉDIUM DEVE SEGUIR?

O DIABO EXISTE?



As respostas bíblicas para esta pergunta são ambíguas e vagas. Isto porque alguns defendem que a Bíblia não deve ser lida literalmente, o que dá margem a inúmeras interpretações. Mas geralmente os cristãos acreditam piamente na existência de uma entidade que encerra em si a essência da maldade. Sem perguntar como é possível que um ser criado santo e puro pudesse se tornar algo completamente perverso e egoísta, saem por aí proclamando causas externas a coisas que são da responsabilidade dos humanos.

Comecemos nossa análise pela Bíblia. É fato que o nome de Satã-e seus supostos heterônimos - são mencionados na Bíblia. A maioria das pessoas esclarecidas atribui isso a uma espécie de mal interior, o que me parece bem mais coerente. Outros dizem arbitrariamente que se trata de um ser real, existente em si mesmo e independente de nós. É interessante notar que as menções ao Diabo, Satanás, Demônio, são abundantes no Novo Testamento, mas não no Antigo. O tal anjo caído é citado claramente primeiro no livro de Jô. Além deste livro, aparece também no livro de Crônicas e no livro de Zacarias. Uma vaga aparição é aquela da serpente do livro de Gênesis e outra no livro de Isaías. Existem referências  a Satã em alguns textos apócrifos Hebreus, como no livro dos Jubileus (entre 135 a.C a 105 a.C) e no Testamento dos Doze patriarcas (entre 109 a.C e 106 a.C) e na literatura apocalíptica judaica.

Os cristãos se atiram numa batalha ferrenha contra Satã, mas não os antigos hebreus. A luta dos antigos hebreus inicialmente era contra os ídolos, não contra os demônios. E para os hebreus os ídolos eram apenas estátuas e a adoração a eles era proibida simplesmente porque desagradava a Deus. Ao que parece os hebreus não tinham uma noção de mal absoluto antes da era de Jó. E por que será? Perguntaria um espírito crítico. No tempo de Jó os hebreus estavam cativos na Babilônia e provavelmente tiveram contato com outras culturas, como a persa, absorvendo da idéia de Ahriman, o “mal intencionado”, o deus do mal de Zaratustra, como sendo o culpado do mal que eles estavam sofrendo. Mas diferentemente do que é para os cristãos o Deus dos hebreus não era um deus todo bondoso. Ele era a causa de todas as coisas, tanto boas como ruins. Em Isaías está escrito: “eu crio a luz e a escuridão. E faço tanto o bem como o mal. Eu, o Senhor, faço todas estas coisas” ( Is; 45.7). Assim, para os hebreus, o demônio era como um empregado de Deus. Além do mais, a palavra Satanás não é um substantivo próprio. Para os antigos hebreus, o tal adversário era uma espécie de promotor com a função de acusar os réus no dia do julgamento ou testar a fé dos humanos. Mas aqui ele não tem liberdade pra fazer o que bem quer, ele só faz o que Deus ordena. Também o é o vocábulo grego “Diabolos”, donde surge “Diabo” que é a maneira da qual Satã é chamado no Novo Testamento. Esta palavra significa “acusador”, ou seja, promotor. Existem partes muito interessantes na Bíblia que provam isto e que geralmente é negligenciada pelos crentes. Existem claras referências a um “espírito mal da parte de Deus” (Jz 9.25, 1Sm 16.14, 18.10 e 19.9). Qual é o deus bondoso que mandaria espíritos malignos atormentar seus filhos?

No caso da serpente do Gênesis, é provável que Moisés, o suposto autor do Pentateuco, sequer conhecesse a lenda de Satã. Muito menos Abraão, o patriarca do povo judeu. Se Satanás é mesmo um ser real, porque Deus esconderia esta verdade dos seus servos mais amados? É curioso que o relato da queda dos anjos deveria ser dito no primeiro livro, mas somente no Apocalipse de São João, o último livro da Bíblia é que se conta, supostamente, a queda dos anjos. E é somente neste livro que se diz que a serpente do Gênesis é o mesmo Satã. Inspirações divinas à parte, porque parece que somente as pessoas do tempo do apóstolo João sabiam de tal coisa? É provável que o relato do Gênesis seja simplesmente uma fábula, já que serpente em hebraico diz-se "nahash", que é sinônimo de "astúcia". Assim sendo pode ser que o que Moisés queria dizer é que a astúcia dentro do homem é quem disse para eles desobedecerem a Deus. Tudo não passa de uma sábia alegoria. Os antigos judeus não acreditavam em um mal em pessoa.

E quanto ao Novo Testamento? Os apóstolos de Jesus dão muita ênfase ao Diabo, até mais que a Deus. No tempo de Jesus existiam muitos dos já citados textos apocalípticos. Nestes textos dava-se muita importância aos demônios, mas eram apenas histórias populares e literárias. No entanto a elite judaica assimilou muitas das crenças populares presentes nos textos apocalípticos e incorporaram à religião, mas logo abandonou estas crenças, povo novamente Satã como um ser abstrato, a despeito do cristianismo, que continuou batendo nessa mesma tecla por milênios. Mas ao que parece, para os cristãos primitivos o Diabo também era um ser abstrato, inclusive no apocalipse de São João e na passagem da tentação de Cristo. Para Paulo de Tarso, não deveríamos confiar em anjo algum, sendo que o Cristo já tinha vindo para ser o mediador entre os homens e Deus, ou seja, os anjos eram totalmente inúteis. Talvez ele conhecesse a lenda de Satã, mas não lhe dava muita importância e nem fazia distinções entre anjos bons e maus. Somente depois que os apóstolos morreram é que os cristãos demonizaram os deuses pagãos Asmodeu, Astaroth, Baal, Baal-Berith, Dagon, Moloch entre outros, que para os hebreus eram apenas estátuas. Até o deus Poseidon dos gregos foi demonizado e seu tridente, um mero instrumento de pesca, se tornou um símbolo do Mal e os deuses pagãos foram mostrados como demônios ou o próprio Satã tentando usurpar para si os louvores que eram de Deus "por direito".

Para alguém que se baseia na razão para explicar a realidade fica claro que a idéia de demônios foi absorvida pelo contato com outras culturas. Em nenhum momento, além do livro de Jó, fala-se claramente de um "mal em pessoa" e só uma menção ao Diabo em toda a Bíblia não é bastante para validar sua existência. "Em nenhum momento não!", diria um crente. "E o Apocalipse?". O trunfo dos cristãos é o texto escrito por São João onde se fala muito sobre um tal "dragão", duas bestas e um Anti-Cristo, que são identificados como sendo o próprio Belzebu. Conta também um relato sobre umas estrelas que foram jogadas na terra, que os cristãos dizem ser uma evidência da batalha no céu. Neste texto Satã é desmascarado, suas origens e ambições são mostradas e ele é identificado com a antiga serpente do Gênesis. E agora? Como duvidar da existência de Satã diante de "provas" tão convincentes? Será mesmo? É interessante que o trunfo dos cristãos se torne meu golpe de misericórdia no Diabo como é compreendido hoje.
O que nos diz o Apocalipse?

“E viu-se um sinal no céu: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. E estava grávida e com dores de parto e gritava com ânsia de dar à luz.
E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas.
E sua calda levou após si a terça parte das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe devorasse o filho.
E deu a luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.
E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.
E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão; e o dragão batalhava com seus anjos, mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou no céu” (Apocalipse 12.1-8).


Este trecho causa arrepio nos cristãos e torna-se a prova definitiva da existência de Satã e da queda dos anjos, porém eu nunca vi uma interpretação mais irrisória em toda minha vida sobre um texto tão profundo como este. Convém lembrar aos esquecidos que o Apocalipse é um texto esotérico, não no sentido atual, que geralmente remete a feitiçaria e misticismo, mas no sentido que era para os gregos. Esotérico vem de uma palavra quase homônima do grego, que quer dizer "ensinamento reservado aos discípulos de uma escola, que não podia ser comunicado a estranhos"(ABBAGNANO). Era, portanto, dirigido aos cristãos e, por isso, comunicado numa linguagem que os romanos não entendessem. Tentar interpretá-lo de maneira tão simplória é no mínimo uma sandice.

Joguemos luz, então, sobre o que diz realmente o Apocalipse. É preciso ensinar estes cristãos a ler, para que não saiam por aí dizendo coisas que não foram ditas na
Bíblia, "pondo palavras na boca de Deus". Note que o texto fala de um "varão", que "há de reger todas as nações com vara de ferro". Quem seria este varão senão o próprio Jesus? Bem, isso nem eu o nego. Note também que há um "dragão", que os crentes insistem em dizer que é Satã, o mal encarnado. O texto fala que o dragão persegue uma mulher para impedir o varão de nascer e depois houve uma batalha no céu. Alguém notou algo estranho? A tal batalha aconteceu depois que Jesus nasceu e depois até que ele morreu ("o seu filho foi arrebatado para Deus"). Se antes de Jesus nascer e morrer Satã ainda não tinha sido expulso do paraíso, quem foi o anjo caído que tentou Adão e Eva? Como Satã pôde ter feito isso se a ainda não era um anjo rebelde e ainda não tinha lutado contra Deus e seus anjos?

O texto parece contraditório, mas não o é. Está em contradição apenas com o que foi nos ensinado, com coisas que não foram ditas na Bíblia. Foi-nos ensinado que Satã foi expulso do céu antes da criação do mundo, mas em lugar algum da Bíblia diz isso, mas diz o contrário, que foi bem depois. Foi-nos ensinado que o Diabo flagela pessoas no inferno, mas na seqüência o texto diz que o dragão foi lançado na terra (Ap 12.9). Foi-nos ensinado que Satã é um ser real, mas este texto não diz isso.

O que nos diz o apóstolo São João? Primeiramente o apóstolo nos fala em "céu" e "terra". Mas o céu e a terra são o mesmo lugar, pois se referem a estados de espírito. Céu é um lugar de pureza, de beatitude, excelência, onde vivem aqueles que obedecem aos mandamentos de Deus. Distantes da terra, que é um lugar de pecado, egoísmo, perdição, mundo sensível da matéria, enfim, é o que chamamos de "mundano". Mas a Bíblia afirma que ninguém está isento do pecado, por conta da desobediência dos nossos primeiros ancestrais, nem mesmo os santos. O Dragão é o símbolo do pecado, mas não um ser que existe independente de nós. Ele estava tanto no "céu" como na "terra", e por estar mesmo entre os mais santos conseguiu arrastá-los para o mundo do pecado ("sua calda arrastou após si a terça parte das estrelas do céu -os santos-e lançou-as sobre a terra"). Note que as estrelas a que João se refere não são anjos, caso contrário o apóstolo iria entrar em contradição ao dizer que os anjos foram expulsos, depois da batalha, para a terra, pois, afinal, como os anjos poderiam ser jogados na terra se eles já estavam na terra antes da batalha?

Depois o livro diz que "Miguel e seus anjos batalhavam contra o Dragão". Miguel, ou Mikael para os íntimos, significa "o que é igual a Deus" em hebraico. E quem seria igual a Deus senão o próprio Jesus, o Cristo? Provavelmente os Testemunhas de Jeová estavam certo ao afirmarem que Miguel é o próprio filho de Deus. Depois de vencer o Dragão, Jesus, ou melhor, Miguel o expulsou do céu. Isto quer dizer que aquele que aceitasse Jesus como seu salvador agora estava em um céu onde não existia pecado, sendo que o Dragão foi expulso do coração dos santos e hoje vive somente na terra, entre os pecadores mundanos. Ao morrer Jesus venceu o pecado, na forma do Dragão, juntamente com seus seguidores (anjos): "eles o venceram pelo sangue do cordeiro", ou seja, Jesus já estava morto quando venceu o Dragão.

Existe ainda o enigma da mulher. Quem disse que se tratava de Maria deve estar um pouco arraigado nos credos católicos. A mulher tinha uma "coroa de doze estrelas", o que simboliza as doze tribos de Israel. Jesus, o dito Messias, veio do seio do povo Judeu, simbolizado pela mulher. Depois de expulso o Dragão perseguiu a mulher (Ap 12.13). Não conseguindo pegá-la perseguiu os filhos dela (Ap 12.17), ou seja, os cristãos.

O Apocalipse nos de Satã e que ele foi expulso pelo "sangue do cordeiro". Não há nenhum anjo rebelde aqui, é apenas o pecado no homem. Ele já existia antes de Jesus vir ao mundo e é a "antiga serpente, o diabo e Satanás". Era o egoísmo recôndito no coração do homem, que somente muito tempo depois é que foi expulso do convívio daqueles que guardam os mandamentos de Deus.


E quanto à tentação do deserto? Não foi Jesus, o Cristo tentado por um Mal real? Provavelmente se tratava de um mal interno como os outros demonstrados aqui. "Mas como?"- Perguntaria um crente-"se Jesus, o filho de Deus não tinha nenhum mal interior para que pudesse tentá-lo? Somente um mal exterior poderia fazer isto." Não é bem assim. A Bíblia às vezes mostra-se contraditória e surpreendente. Veja o que diz Lucas 18; 18,19:

"E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna? Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus."

Aqui Jesus confessa claramente que ele também tem maldade dentro de si. Sendo assim, pode ser que fosse mesmo o mal interior de Jesus que o tentava no deserto. Sem contar que esta passagem é um plágio descarado da tentação de Buda. Conta a lenda que, sentado sob a árvore Bo, Gautama Sakyamuni, o Buda, estava prestes a atingir o Nirvana quando foi tentado pelo deus Kama-Mara (Desejo, ou Amor e Morte), para que se desligasse de sua busca. Muitos identificam este deus com um demônio. Também Jesus foi chamado ao deserto como uma forma de peregrinação espiritual. Não me parece que exista apenas coincidência nestas duas histórias.


Outra parte que é citada pelos cristãos é no livro de Isaías. No capítulo 14, versículo 12 ao 15 diz:

12. Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha alva do dia? Como foste cortada por terra, tu que debilitavas as nações?
13. E tu trazias no teu coração: eu subirei ao céu, por cima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, na banda dos lados do norte.
14. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.
15. E contudo derribados serás no inferno, ao mais profundo do abismo.

Eis o trecho que suscitou incontáveis disparates.  Aqui são mostrados os motivos que levaram Satã a se rebelar contra Deus: a vontade de receber seus louvores e ser maior que o Altíssimo. Santo Agostinho traçou o desenho do Satã ocidental baseado nesse trecho. Milton, no seu “Paraíso Perdido” trata-o com mais detalhes. Ambos foram cruciais para formar o retrato do Mal encarnado. Mas o que existe aqui não é apenas um erro de tradução, mas de interpretação. O trecho em questão fala de Nabucodonosor, rei da Babilônia, como ele mesmo diz no versículo 4: “então, proferirás este dito contra o rei da Babilônia e dirás:...” Infelizmente essa parte é negligenciada, intencionalmente ou não, pelos que defendem o capítulo 14 de Isaías como uma revelação sobre Satã. A parte que diz “estrela da manhã” é uma metáfora com o planeta Vênus, como era conhecido por ser a última estrela – como os antigos pensavam que era – a desaparecer quando nasce o dia. Os romanos chamavam o planeta Vênus de Lúcifer (lux fero) e na tradução para o latim preferiram colocar o nome do planeta/estrela, ficando “Como caíste do céu, ó Lúcifer”. Por conta da proliferação da lenda de Satã, este trecho foi visto como uma revelação sobre os anjos caídos e sobre o nome real de Satã: Lúcifer. Talvez o fato de quase toda a população européia durante a Idade Média ter sido analfabeta tenha contribuído para a cristalização de tamanha falta de bom senso, e a dificuldade das pessoas do nosso tempo em interpretar textos tenha feito o mito perpetuar.

Também essa história de rebelião não tem nenhuma novidade. É comum nas religiões antigas essas lendas que relatam inimigos que tentam usurpar o trono dos deuses. No masdeísmo, Ahura Mazda e seus imortais sagrados, uma espécie de anjos, viva em eterno conflito com seu antípoda, Ariman e sua horda de demônios. Na Índia havia a disputa dos Assurs, espíritos do mal que queriam tomar o lugar dos Devas. Na mitologia nórdica quem ameaçava os deuses eram os gigantes e na grega, os deuses viviam ameaçados pelos poderosos titãs, forças do caos e da destruição. Assim sendo, o cristianismo apenas adaptou mitos amplamente conhecidos para explicar a natureza do mal.


Na Idade Média esta idéia distorcida a respeito do mal se proliferou. Pintado nos vitrais das igrejas e na imaginação do povo Satã se cristalizou. Inspirações divinas à parte, são interessante perguntar por que os primeiros hebreus não conheciam um perigo desta dimensão? Por que Deus só o avisou a nós, sortudos cristãos? É evidente que o Diabo é apenas uma criação dos hebreus por contato como outras culturas. Depois de tanto ser temido ganhou vida, corpo, chifres e as feições do inofensivo deus grego Pã. A palavra Diabo vem do grego "diabolos", que quer dizer "caluniador”, “acusador”. A palavra demônio também vem de uma palavra grega, "daimóm", que quer dizer simplesmente "espírito". Até onde sei-corrijan-me se eu estiver errado-sequer existe uma palavra hebráica para designar uma generalidade de entidades maléficas, vulgarmente "demônios", ou seja, eles não existiam para os hebreus. Existe sim a palavra hebraica Shatan, donde deriva o nome Satanás, que significa "obstáculo", "opositor", "contraventor", ou simplesmente "inimigo" mesmo. Mas além de não servir para outros seres, esta palavra quase não aparece no Antigo Testamento.

Partiremos agora para o lado mais filosófico da coisa. Os epicuristas perguntavam aos estóicos o seguinte dilema: “Por que Deus não destrói o Mal? Deus não destrói o mal ou porque ele não pode, ou porque não quer. Se ele quer, mas não pode então é impotente, e isto um deus não pode ser; se pode, mas não quer é cruel, e isto também um deus não pode ser; se não pode e não quer então é impotente e cruel; se pode e quer, o que é a única resposta satisfatória para esta pergunta, então por que Deus não o destrói?” Tomás de Aquino afirmou que o mal não tem uma existência real, que é sem substância, como a escuridão e a cegueira. Estes são apenas uma privação da luz ou da visão. De que é feia a escuridão? De nada, absolutamente. Também o mal é da mesma natureza, é apenas uma negação da bondade, uma ausência de bem. O filósofo alemão Leibniz seguiu o pensamento de Tomás de Aquino.

Sendo assim, se existe mesmo o tal Satã, ele foi criado por Deus e este não poderia produzir um efeito mal, pois tudo que dele provém é bom em si mesmo.
Satã só poderia se tornar O Mal se separado totalmente de Deus e do bem. Mas mesmo que tudo que ele fizesse fosse destituído de bondade, ele ainda seria bom, pois foi criado por um Deus todo-bondoso. Admitir que Satã tem uma parcela de bondade é uma heresia em religião, mas totalmente plausível se fôssemos nos basear pela razão. Sendo assim, não pode existir um mal absoluto. Mas mesmo que o tal anjo caído tivesse se distanciado completamente de Deus isso não melhoraria a situação do Altíssimo. Este, sendo onisciente, saberia desde toda a eternidade o que aconteceria se criasse Satã, saberia que ele iria se distanciar Dele e que iria se emprenhar em afastar a humanidade do criador – com êxito, ao que parece. Desta forma, como poderia Deus permitir estas coisas? De fato, ele não poderia interferir no livre-arbítrio dos anjos, mas poderia não criá-lo se soubesse o tamanho da catástrofe que isso iria causar. Também não há como mudar o que aconteceu, pois o que aconteceu já era conhecido por Deus desde a eternidade. Isso não condiz com a existência de um Deus absolutamente inteligente, poderoso e bom. Se existe Satã é porque Deus quis que ele existisse, Deus quis que ele tentasse Adão e Eva no Paraíso, Deus quis que ele desviasse seus filhos do caminho da retidão, pois poderia ter evitado tudo isso e não o fez.

Guaita ilustra melhor este pensamento no seu livro “O Templo de Satã". Ele nos joga o seguinte dilema: "Espantamo-nos que os teólogos agnósticos, que favorece tão lúgubre inépcia, mostrem-se infelizes e indignados se um amigo de lógica inflexível encosta-o à parede e lança à queima-roupa o capitoso dilema: Deus, o senhor diz, é todo-poderoso, onisciente, infinitamente misericordioso e bom. Diz por outro lado que a grande maioria dos homens está votada ao inferno... é preciso ser coerente mesmo em teologia. Então Deus quis o mal e o inferno. É em vão que se objeta a inviolabilidade do livre-arbítrio, pois o mau uso feito pelo homem se não foi previsto por Deus, sua onisciência falhou; se foi previsto e não pôde ser impedido, nego seu todo-poder; se previu e podendo evitar não o fez, contesto sua toda - bondade."

Mesmo que a Bíblia afirmasse a categoricamente a existência de Satã – o que ela não faz, uma análise dos nos mostraria que isso é impossível. Não há como um ser que foi criado bom e puro se tornar totalmente seu oposto. Se o mal não é uma coisa real e Satã é puramente mal, então ele não existe. Mas se o mal é uma coisa real, quem o criou? O Deus todo-bondoso judaico-cristão? Embora trechos da Bíblia afirmem que sim, como em Isaías 45, 7, isso parece ser contra o senso-comum daquilo que chamamos cristianismo. Melhor seria ignorar este trecho e dizer que o mal foi criado pelo anjo caído. Mas se ele tivesse criado o mal, ele seria um Criador, assim como Deus, sendo assim elevado à categoria de um deus. O Demônio, Diabo e Satanás nada mais é que uma historinha criada pela igreja para manipular as pessoas pelo medo, para melhor manipulá-las ou para que elas pudessem melhor exercer seus deveres éticos por simples medo do castigo, mas, como bem disse Bertrand Russel, “uma virtude que tem suas raízes no medo não é muito digna de ser admirada”.

REFERÊNCIAS:

REVISTA SUPER INTERESSNTE; Edição 174; março de 2002; editora Abril.
SUSSOL, Max; O Catolicismo é Um Plágio?; Coleção Revelações.
GUAITA, Stanislas de; O Templo de Satã; Editora Três; Biblioteca Planeta.
ABAGNANO, Nicola; Dicionário de Filosofia; Martins Fontes.
BÍBLIA SAGRADA-EDIÇÃO PASTORAL.
TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO DAS SAGRADAS ESCRITURAS.
BÍBLIA SAGRADA-NOVA TRADUÇÃO NA LINGUAGEM DE HOJE.
BÍBLIA SABRADA; Sociedade bíblica do Brasil.
BLOOM, Harold; Presságios do Milênio.
VOLTAIRE; Deus e os Homens.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

SINCRETISMO












Palavra originada do grego, significa sistema que consiste em conciliar os princípios de varias doutrinas ou filosofias.A correspondência de Santos Católicos com os Orixás africanos, veio pela única maneira que os negros escravos tinham de escapar dos castigos e perseguições dos seus senhores e de religiosos que tentavam difundir o catolicismo, impondo a crença com as suas representações católicas.
Deste modo, colocavam sobre o Peji dos assentamentos, dos Otás relativos aos Orixás, estampas e imagens dos santos católicos ; de acordo com as explicações que recebiam dos missionários e assim fugiam da ira de seus senhores cultuando os fetiches, as representações dos deuses africanos.
 












Orixá








Santos Católicos
OxaláN.S.Jesus Cristo, N.S. do Bonfim
XangôSão Jerônimo, São Pedro
OgunSão Sebastião (Bahia), São Jorge (RJ)
OxossiSão Sebastião(RJ), São Jorge (Bahia)
ObaluaiêSão Lazaro, São Roque
OxumareSão Bartolomeu
Logun edéSanto Expedito
IbejiSão Cosme e São Damião
ExuSanto Antônio
NanãN.S.Santana
IemanjáN.S. da Glória, N.S. dos Navegantes
OxumN.S.Conceição (RJ), N.S. das Candeias (Bahia)
IansãSanta Bárbara
ObáSanta Catarina

MAS É IMPORTANTE SALIENTAR QUE ESSES SANTOS NÃO SÃO OS ORIXÁS.AINDA QUE EXISTA ESSA CORRESPONDÊNCIA OS "SANTOS' SÃO PESSOAS QUE VIVERAM EM NOSSO PLANETA,OS QUAIS "A SANTA IGREJA CATÓLICA" CANONIZOU E COLOCOU NO CÉU E COM ISSO GANHOU MUITO DINHEIRO COM A VENDA DE IMAGENS...POR SUA VEZ OS ORIXÁS SÃO MANIFESTAÇÕES DO PRÓPRIO DEUS.MAIS A DIANTE ESTAREMOS ESTUDANDO SOBRE O QUE É UM ORIXÁ...





Amados Irmãos não teria como falar do Sincretismo na Umbanda se antes retrocedermos um pouco dentro da historia das Religiões. Atente ao Candomblé, pelo fato de ser a Umbanda uma religião de formação mais recente e ter sido ela fortemente influenciada pelo Candomblé, herdando mesmo grande parte do Sincretismo encontrado nesta religião, ou seja, Sincretismo do Sincretismo, consciente ou inconscientemente. Feitos estes primeiros esclarecimentos, gostaria ainda de abrir um pouco mais o estudo 







em direção ao movimento de revisão que esta sendo procedido por amplos setores do Candomblé em relação ao Sincretismo existente nesta Religião, o que podemos chamar

de uma verdadeira tentativa de “desincretização”, a qual é procedida através do descarte de muitos preceitos religiosos, inclusive do próprio Sincretismo existente entre os Orixás e os Santos da Igreja Católica.
Um bom exemplo disso é o franco declínio do numero dos Candomblés de Caboclo encontrados na Bahia, os quais já chegaram a ser maioria a mais ou menos de 40 anos.
Quanto ao fato da “desincretizacao” que está ocorrendo no Candomblé, eu acredito que este “movimento” de maior busca ao conteúdo do que à forma, está ocorrendo também a Umbanda, pois tudo evolui. Ontem necessitamos Sincretizar os Orixás aos Santos Católicos, hoje usamos as imagens destes Santos para fixarmos o pensamento dentro das correntes dos trabalhos, amanhã estaremos libertos das coisas materiais para caminharmos mais “livres” em direção ao Criador. A Umbanda está sendo dirigida pela Corrente Astral, que também planejou todas as etapas de evolução do movimento. O numero de Candomblés, Catimbós, Macumbas, Pajelanças, etc vem diminuindo com o passar do tempo e estas pessoas (espíritos) vão “subindo” cada degrau da escada da
evolução, procurando desapegarem-se das coisas materiais e fetichistas, buscando mais o lado espiritual da vida.
A Umbanda abarca a todos, uns entram pela porta da frente, outros pelas portas laterais e alguns pelas portas dos fundos.
Para Inicio deste estudo vamos falar um pouco de Ogum e São Jorge
O ideal de liberdade é inerente à própria condição do ser humano. Mesmo o mais vil dos assassinos sonha com a liberdade. O que se dizer então do homem que nascendo livre nas savanas africanas e reduzido à humilíssima condição de escravo, sem nada ter feito para merecer esse castigo. Assim, em seus sonhos de liberdade, o negro africano via em OGUM, o Orixá da guerra, a força que necessitava para conseguir sua liberdade.
Um dia o negro empunharia a lança e a espada de OGUM, mataria os brancos, vingando amigos e parentes mortos por estes e tomaria de uma de suas grandes canoas(caravelas) e voltaria à sua terra natal.
Diante do exposto, cultuar OGUM era, para o negro africano, vital. Era ele quem os ajudaria na batalha, lhe daria forças e quem sabe lhe emprestasse a coragem de que tanto necessitava.
A figura de SÃO JORGE nos mostra um homem todo coberto com uma armadura de aço, ferindo com uma lança, o dragão, símbolo do mal. O OGUM que o negro conhecia e que era o Orixá do ferro era um Orixá guerreiro. O branco lhe impunha a imagem de SÃO JORGE dizendo-lhe que esquecesse o Orixá guerreiro o continuasse humildemente cultuando OGUM “disfarçado” na imagem do Santo Católico. Sendo que na Bahia, o Sincretismo de São Jorge é com o Orixá Oxossi.
As imagens tão populares, no período colonial, eram na sua grande maioria, esculpidas em madeira. O negro africano quando cumpre uma obrigação, retira do lugar sagrado onde ele deu a obrigação, um pedaço de solo, geralmente uma pedra e a qual dá-se o nome de OTÁ e que ele cultua como objeto sagrado pelo resto de seus dias. Para não trair seus deuses de origem, o negro habilmente, escavava a imagem do Santo Católico e introduzia nessa escavação o OTÁ correspondente ao Orixá. Desta forma ele
poderia voltar-se para uma imagem do Santo Católico e reverenciar o Orixá Africano.
O branco acabou por descobrir que os negros escavavam as imagens.
Quando este fato ocorreu, o negro justificou que a imagem oca não trincava e que a pedra na base servia para dar maior estabilidade à imagem. O branco ladino passou a utilizar-se destas imagens que eram encomendadas aos negros para ocultar no seu interior, fumo, ouro e pedras preciosas. Essa imagem era vedada com uma massa preparada com cera de abelhas e serragem e enviada à Europa sem pagar os direitos do rei, surgindo desta forma de contrabando à expressão “SANTINHO DO PAU OCO” como sinônimo de coisa marota.
Às vezes, o dono do engenho, o senhor das terras tinham um Santo de devoção pessoal e obrigava o negro a cultuar esse Santo. Isto justifica o fato de em Salvador(Bahia), OGUM ser sincretizado com SANTO ANTONIO e não com SÃO JORGE.
Para que se entenda melhor, SANTO ANTONIO foi considerado como Capitão do Exército Nacional e pároco da igreja a ele dedicada, recebia o seu soldo do quartel.
O QUE É O SINCRETISMO?
Definição pelo dicionário Aurélio B. Holanda:
“Reunião artificial de idéias ou de teses de origens disparatadas; amalgama de doutrinas ou concepções heterogêneas”;
Definição dada pelo Caboclo Sr. 7 Espadas:
“Fenômeno mistico-religioso que visa tornar inteligível um Culto que possa ser praticado por vários povos ou grupos étnicos, que até o momento tinham rituais e concepções diferentes. É um mal necessário, pois se formos analisar profundamente o Sincretismo vamos ver que ele faz com que vários Cultos se identifiquem em um só Culto(…)
Em analise etnocultural, é uma adaptação para os vários consciencionais humanos, como também uma forma de uni-las e eleva-las a patamares maiores da evolução”
COMO SURGIU O SINCRETISMO ?
Historicamente o Sincretismo já existia em outras religiões, como exemplo, a católica que incorporou em seu surgimento, deuses romanos como Santos, rituais pagãos como sacramentos, hierarquias não religiosas, etc.
Na própria África, onde os negros cultuavam suas centenas de Orixás, havia já o Sincretismo, pois cada Orixá era ligado com algo material e tangível.
Quando estes negros foram trazidos de diversas partes da áfrica, provenientes de diversos povos (Haussas, Tapas, Mandingas ou Mandes, Fulas, Yorubanos ou Nagôs, Minas, Gege, Congos ou Cambindas, Angolas, Benguelas, Cassangues, Mocambiques e outros), aportaram no Brasil e em todo o continente americano, na condição de escravos.
Os negros eram vendidos separadamente, para diminuir os riscos de uma rebelião ou tramas de fuga. Isso enfraquecia os negros, dificultando a pratica de um Culto em função de varias línguas faladas numa mesma senzala.
Apesar destas dificuldades, os valores religiosos dos negros eram intensos e com a chegada, nos vários lotes de escravos, de adivinhos, médicos-feiticeiros e sacerdotes, estas dificuldades foram sendo eliminadas.
Eles, por serem mais ligados aos ritos africanos, souberam, ao longo do tempo, unir de maneira adequada, os negros de varias etnias e línguas, naquilo que tinham em comum, a crença nos Orixás, Inkices ou Voduns. Sem dúvida que esse foi o primeiro Sincretismo religioso do negro no Brasil, pois eram obrigados a cultuar os Orixás comuns, eliminando as outras dezenas de Orixás não afins.
A igreja católica com a intenção de fazer desaparecer as tradições religiosas africanas exigia que os escravos fossem evangelizados, aprendendo as rezas latinas, receber o batismo, assistir as missas e receber os demais sacramentos. O Sincretismo Orixá Católico surgiu da necessidade de dissimular os “deuses” negros por trás da figura de um Santo Católico e, a Igreja percebendo que era impossível fazer desaparecer a profunda religiosidade negra estimulou o Sincretismo. Alem de tudo, os negros apresentavam rendimento maior quando podiam dançar e cantar diante de seus altares incentivaram assim as festas dos “Santos” negros, obrigando que as datas caíssem nos mesmos dias que a dos Santos católicos.
O negro passou a utilizar as imagens dos Santos Católicos para cultuar os Orixás.
POR QUE ATÉ HOJE O SINCRETISMO PERMANECE ?
Gradativamente, as Entidades integrantes da Corrente Astral de Umbanda foram, através dos médiuns, alicerçando as bases do Movimento Umbandista, que, numa primeira fase (a fase do Ogum), visa abarcar o maior numero de pessoas, no menor espaço de tempo possível. Assim a Umbanda cresceu rapidamente, apesar da forma aparentemente desordenada, causando determinadas confusões que devem ser consideradas naturais e mesmo necessárias (já previsto pelo Astral Superior), devido à necessidade de adaptar a Umbanda aos diferentes graus consciencionais. Então, o Sincretismo surgiu e permanece até os dias de hoje. Muitas pessoas imaginam que o nome dos Orixás são os nomes dos Santos Católicos em língua Nagô, que Oxossi é realmente São Sebastião, Ogum é São Jorge, etc.
Por mais utilidade que tenham as imagens dos Santos nas tendas de Umbanda (pois ainda para muitos médiuns servem como elo de ligação, entre ele e sua entidade, evitando que seu pensamento, calcado na fé que tinha na sua religião anterior, ou na fé que tenha em determinado Santo, fique divagando sobre assuntos alheios ao que veio procurar em forma de consolo. É uma espécie de elevação mental), é preciso que os médiuns saibam diferenciar os
Orixás dos Santos. Os Orixás são espíritos de altíssima vibração; os Santos foram pessoas que viveram na Terra e um dia estiveram, como nós, sob a tutela desses Orixás.
As cores da guias ou colares, também são sincretizadas, a fim de facilitar que as pessoas a associem com os Orixás afins. Por exemplo, a cor vibratória da linha de Iemanjá é amarela, mas as guias são de cor azul para lembrar o mar, de Oxossi é sincretizada como verde, para lembrar as matas, etc.
Em minha opinião, o Sincretismo ainda perdurará por um bom tempo, pois ainda a fase de Ogum é patente. O Sincretismo facilita a compreensão daquelas pessoas que necessitam de algo material, palpável, para conceber as
coisas espirituais em suas mentes. O Sincretismo não é como muitos pensam,
uma coisa que deteriora e emperra o movimento umbandista. O efeito é oposto, pois à medida que as pessoas entendem dos rituais e simbolismos, passam para uma outra faixa de compreensão. Adentram pela área exotérica (Cultos externos) da Umbanda e aos poucos buscam a elevação espiritual na parte esotérica (Culto interno). Há muitos Terreiros populares, alguns até misturando Cultos Afros, existem alguns Terreiros já voltados para o lado menos material dos Cultos, utilizando muitos conceitos do espiritismo, há Terreiros já voltados para a iniciação esotérica de seus membros, onde procuram sintonizarem-se com o plano astral, através da meditação, dos mantras, etc. Como vemos, tudo isso é planejado por entidades espirituais, para que todos adentrem ‘a Umbanda conforme o grau de evolução. Devemos então compreender e entender todos os aspectos envolvidos na Umbanda, desde o mais popular até o mais iniciático, compreender que cada um caminha conforme a necessidade e vontade.
Vamos meditar, utilizar os mantras, mas vamos também, bater cabeça para o Santo e bater palmas e entoar os pontos cantados !
Quais são as características que coincidem entre os Santos e os Orixás ?
Características que coincidem entre Santos e Orixás :
Oxossi e São Sebastião:
Este Santo que aparece crivado de flechas, amarrado em uma arvore, é sincretizado com Oxossi, pois este conhece os segredos da caça (o caçador das almas) a flecha, e os animais da floresta (árvore).
Ogum -São Jorge
São Jorge é o que destrói o dragão. Ogum é sincretizado, pois o negro imaginava que Ogum derrotava o senhor branco. Alem disso Ogum era o Orixá da guerra.
Iansã – Santa Bárbara
Iansã é sincretizada com Santa bárbara pela transferência do poder do Orixá sobre o fogo, referencia ao raio que teria, de maneira justiceira, punido
Dioscoro, o pai da Santa, quando se preparava para decapitá-la com a espada.
Obaluaiê – São Lazaro
Para Obaluaiê (Yorimá) coube o Sincretismo com São Lazaro, pois este Santo é representado com o corpo cheio de feridas, enquanto o Orixá Obaluaiê é o deus da varíola e das doenças.
Oxalá – Jesus Cristo
O negro ouvia constantemente, nas igrejas, o nome de Jesus e pouca ou referencia ao Deus Pai do Velho Testamento. Em função disso, passou a ver na imagem de Jesus a figura de Oxalá, o Criador.
O Sincretismo parece algo incorreto, em termos de buscar a vibração originária dos Orixás, principalmente se considerarmos que, os Orixás são forcas ou Energias sutis da Natureza, e que nunca tiveram forma humana. Por outro lado, me parece que, a Umbanda, o Espiritismo e os Cultos Afros, quando professados de maneira seria e responsável, alem de observar o fundamento filosófico, precisa também considerar seu caráter Religioso, popular e social e além das condições individuais de seus médiuns e freqüentadores.
Compreendo e concordo com a necessidade de se instruir, cada vez mais e melhor, a Umbanda e seus fieis, de se buscar nossa identidade cultural é a melhor forma de se reduzir as diferenças básicas de culto e ritual que existem entre nossos templos e casas, afinal, elas apenas servem para manter desunida nossa religião e seus seguidores, alem de exposta ao surgimento de varias deturpações; deturpadores e agressores que só servem para macular, nossa Fé e o trabalho dos verdadeiros e sinceros Espíritas em geral e Umbandistas em particular.
Porem acredito que não podemos desconsiderar a necessidade de cumprir duas premissas básicas e fundamentais que sempre impulsionaram a nossa Umbanda e todas os cultos Espíritas, desde de seus primórdios:
- A Umbanda é uma religião popular que se presta gratuitamente, com o auxilio das entidades, a caridade, a humildade e socorro de todos, sem
distinções. Por sua própria definição; Um + Banda = Ao lado de Deus; nossa
crença pode ser considerada como uma Fé Cristã Ecumênica, com fundamentos exotéricos e esotéricos, sendo ao mesmo tempo uma Religião e uma Ciência, pois se baseia no estudo e emprego das vibrações Astrais e demais energias sutis da natureza, somente para o bem, e, portanto, apta a receber pessoas avindas das mais diversas camadas sociais e graus de instrução, evolução e problemas, tanto a nível físico quanto mental e espiritual.
- É fato mais do que sabido, que as entidades fazem uso alem da condição mediúnica de seus aparelhos, do próprio conhecimento cultural do médium e do consulente, para transmitir sua vibração e assim poder atingir ou se fazer compreender por aqueles que necessitam de suas orientações
Pela própria condição e diversidade de nível cultural do nosso povo, principalmente quando considerado em termos globais, será que, a não existência de formas sincréticas utilizadas como pontos de fixação e concentração (como por exemplo, as imagens dos Santos) não iria dificultar e mesmo impedir em muitos casos, a aproximação, aceitação, compreensão e atuação ou pratica por grande parte das pessoas ? Acredito que sim. Nem sempre e possível, pedir ou propor que compreendam ou mentalizem uma Energia da Natureza, sem essa ponte um pouco mais palpável. Em outras palavras, e muito mais fácil para a maioria das pessoas, mentalizar em Ogum, tendo como ponto de fixação, por exemplo, uma imagem de São Jorge, ao invés de simplesmente tentar mentalizar e captar a Energia dos Caminhos da Vida ou do grande Vencedor de Demandas. – A elitização de nossos cultos me parece um erro imperdoável.
Amados Irmão eu termino este estudo e pesquisa, com as bem ditas palavras abaixo e espero que eu tenha contribuído para com a nossa Amada Umbanda e para com o seu conhecimento, não sou, nem mesmo as fontes pesquisadas são donos da Verdade, mas todos tentam contribuir para a edificação de uma só Verdade, ou apenas formamos a nossa verdade, pois sem a mesma aqui não estaríamos tentando falar de Umbanda.
Porque sou Umbandista
Na Umbanda aceitam-se adeptos de todos os cultos religiosos.
Na Umbanda, não há privilégios e nem preconceitos sobre cor, raça ou Religião.
Na Umbanda, não ha’ intolerância religiosa.
Na Umbanda, o dinheiro não têm o poder de salvar ninguém.
Na Umbanda, a caridade não é limitada.
Na Umbanda, não se faz da caridade mercadoria : dá-se de graça o que de graça se recebe.
Na Umbanda, a caridade é pura, está mais próxima de Deus.”
Boletim A Caridade, da Tenda Nossa Senhora da Piedade (julho/1956)
Sois portadores de uma luz muito especial.
Uma luz intensa que emite gloriosos raios de paz e caridade.
A luz que cada um de nós emite, isoladamente, tem pouco alcance.
Porem, quando essa luz se une ‘a luz de outros irmãos, ela se torna mais radiante e Possi alcance ilimitado.
Ficai atentos à luz que vos foi confiada, pois ela iluminará a vossa consciência e o seu calor servirá como balsamo para aqueles que a vós recorrem em busca de auxilio espiritual.
Não permites que essa luz perca intensidade pela vaidade, orgulho e falta de caridade.
E que a luz brilhante de Nosso Mestre Jesus permaneça sempre intensa em vossos corações.”